STAND UP AND FIGHT tour 27 de Novembro de 2011
Hard Club (sala 2)
Line-up: GWYDION, TURISAS
Texto & fotos: Renata LinoNão tendo sido previamente avisada de que o concerto de
TURISAS tinha passado para a sala 2 do Hard Club, estava a contar com o fosso para fotografar e não fui com a devida antecedência para o local. Daí o escasso número de fotos e fraca qualidade das mesmas - não consegui ângulos decentes -, pelo que peço desculpa desde já.
Faltava cerca de um quarto de hora para as 21:00 quando a
intro dos
GWYDION se fez ouvir, depois de
“5 longos anos” (para usar as palavras do vocalista
Ruben Almeida) longe dos palcos do Porto. Enquanto o novo álbum não sai, continuam a promover
“Horn Triskelion”, embora o fecho do concerto continue a estar a cargo do “clássico”
“Turning Of The Wheel”, do álbum de estreia
“Ŷnis Mön”. Pudemos ouvir ainda uma música nova,
“Math Of War”, que tinham tocado pela primeira vez na noite anterior em Corroios. E antes de
“Six Trials To Become A Beerzerker”,
Ruben esclareceu o público quanto à diferença entre
Berserker e
Beerzerker: os primeiros bebiam e lutavam; os segundos só bebiam.
Quarenta minutos de
folk e animação, tanto no palco como fora dele.
www.myspace.com/gwydionmetalMas a verdadeira festa instalou-se com os finlandeses, que nos visitavam pela primeira vez. “Marchando” logo ao início com
“The March Of The Varangian Guard”, banda e público mostraram uma grande cumplicidade e a noite prometia.
Mathias Nygård, também conhecido por
Warlord, contrariou o mito de que os povos nórdicos são frios e introvertidos – muito falador, extremamente simpático e divertido. Ainda antes da segunda música, e depois de agradecer em português, reiniciou por três vezes o pequeno discurso acerca de como era bom estar ali, depois das datas de Maio não terem sido possíveis. Com tanta interrupção, toda a gente riu quando ele acabou por dizer que achava que NÃO estava bêbado o suficiente e pegou numa Super Bock.
Sempre a berrar, dançar e erguer os braços no ar – quer em punhos cerrados ou em palmas sincronizadas – o público foi tão incansável quanto os músicos, cuja energia transbordava.
Depois de
“Take The Day!” (uma das minhas favoritas e que fiquei satisfeita por ver como funciona bem ao vivo),
Warlord disse que a música seguinte provavelmente faria com que pensássemos em tapa-olhos e papagaios ao ombro, mas que não tinha nada a ver com isso.
“Forget about Johnny Depp for a while, this is ‘Hunting Pirates’!”De seguida foi a vez de
Olli Vänskä dirigir-se ao público, dizendo que agora não era preciso
moshpits,
crowdsurfs ou
surfpits (!), nem nenhuma dessas
“funny things” que costumávamos fazer. E que se tivéssemos um isqueiro, poderia ser útil. Presenteou-nos então com um solo de violino, um tanto melancólico mas sem dúvida lindo.
“Where’s my Super Bock?” perguntou
Warlord quando regressou ao palco. E quando a encontrou fez nova pergunta, desta vez acerca do jogo do Futebol Clube do Porto, que tinha havido horas antes. Quando a maior parte do público gritou um sonoro
“yeah!” em resposta a
“did you win?”,
Warlord surpreendeu-nos ao apontar para o teclista
Robert Engstrand e dizer-nos que ele tinha estado no Estádio do Dragão a assistir ao jogo! Parece que
Robert é louco por futebol e aproveitou a oportunidade, deixando o resto da banda preocupado, com medo que ele não regressasse a tempo para o concerto.
“Stand Up And Fight”, o mais recente
hit da banda, deveria ser a última antes do
encore, mas a banda não arredou pé do palco. Em vez disso, o baterista
Tuomas Lehtonen e
Olli começaram a marcar o ritmo do tema seguinte, enquanto
Warlord perguntava, uma vez que era domingo à noite, quem estava com vontade de dançar. E a
cover dos
Boney M. “Rasputin” transformou o Hard Club numa discoteca... diferente.
Este era o último concerto da
tour, e depois de três semanas num Reino Unido cinzento a beber um café terrível
(“it was disgusting!”), ao dirigirem-se para Espanha e Portugal o tempo tinha melhorado e eles agora não queriam voltar para casa, onde teriam de abrir caminho entre a neve até à sua porta durante os próximos seis meses. Tinham se divertido imenso naquelas 47 datas mas todas as coisas boas tinham de acabar, como aquele concerto. Por isso queria que gritássemos o título do tema final bem alto, para que levassem aquele calor com eles para os referidos próximos seis meses. Claro que não ficou satisfeito (os vocalistas nunca ficam à primeira tentativa), dizendo que aquele berro não dava nem para a primeira semana. Ao fim de três ou quatro
“BATTLE METAL” lá conseguimos atingir os seis meses.
No final, abraçaram-se entusiasticamente, numa espécie de “missão cumprida”. Alguém tinha dado uma bandeira de Portugal a meio do concerto, que
Warlord estendera sobre a bateria. Juntamente com
Robert, ergueram-na e dançaram em pequenos círculos. A satisfação era visível e acredito que
Warlord estava a ser sincero quando disse que tinha sido a primeira vez dos
TURISAS em Portugal mas certamente não seria a última. Cá os esperamos.
www.turisas.com