IN FLAMES "sounds of a playground fading"

Sempre respeitei uma banda com coragem de mudar, de recusar-se a fazer o mesmo álbum mais uma e outra vez. E quando essa mudança não faz, no entanto, com que a banda perca a sua identidade, sinto também admiração. Eu, pelo menos, identifiquei o primeiro single, “Deliver Us”, como uma música IN FLAMES logo na primeira vez que a ouvi.

No geral, existe um maior equilíbrio entre a melodia e a agressividade, o que creio que já era esperado. A principal diferença entre “Sounds Of A Playground Fading” e os seus antecessores é o estilo vocal de Anders Fridén, seguido por uma utilização mais acentuada de malhas calmas. E uma vez que os IN FLAMES reajustam a sua sonoridade a cada álbum que editam, dificilmente poder-se-á “culpar” a saída de Jesper Strömblad por isto.

Não é a primeira vez que Fridén experimenta realmente cantar em vez de berrar (como em “Come Clarity”, “The Quiet Place”...), mas é a frequência amiúde com que recorre a tons mais limpos, ao longo de todo o álbum, que é uma estreia. “Ropes” e “Liberation” são os exemplos mais flagrantes.

A intro do tema-título e “All For Me” são amostras do que referi como “malhas calmas” – o que também não é propriamente uma novidade nos IN FLAMES (“Sleepless Again”, “Evil In A Closet”...). “The Attic” é toda ela lenta e melancólica (quase depressiva, até), sendo a música-surpresa – aquela que ninguém está à espera de ouvir. Mas o verdadeiro momento “WTF?”, esse pertence a “Jester’s Door” (embora atentando bem às suas poucas palavras, talvez não seja tão disparatado quanto isso).

Quanto ao metralhar de riffs e batidas a que nos habituaram desde cedo, temos “The Puzzle”, “Darker Times” e “Enter Tragedy”, enquanto que as guitarras em “Fear Is The Weakness” e “A New Dawn” (esta ainda com a ajuda de um violoncelo) parecem chorar, à la bandas de hard rock da década de ’80. Os detalhes electrónicos de “Deliver Us” e “Where The Dead Ships Dwell”, por outro lado, são um mimo moderno.

13 temas bem elaborados – nenhum me parece que esteja “a encher chouriços” – a que se acresce um remix de “Darker Times” na edição digital deluxe do iTunes. Excepto entre aqueles fãs old school que ainda têm esperança que os IN FLAMES retornem ao puro melodic death metal do qual foram pioneiros, “Sounds Of A Playground Fading” vai ser um sucesso.

Editora: Century Media

Produtor: Roberto Laghi e Anders Fridén

Alinhamento:
1. Sounds Of A Playground Fading
2. Deliver Us
3. All For Me
4. The Puzzle
5. Fear Is The Weakness
6. Where The Dead Ships Dwell
7. The Attic
8. Darker Times
9. Ropes
10. Enter Tragedy
11. Jester's Door
12. A New Dawn
13. Liberation
14. Darker Times (Eagleclaw remix) [edição deluxe iTunes]
A edição física deluxe inclui ainda um dvd com um documentário das gravações.

Excelente Review, só ouvi um tema o single.
mas pelo que me disseram as palavras da Pieni, são as que ouvi de outras pessoas. Temos os In Flames bem vvos

parabéns .

Estou é mortinho por ter este álbum nas minhas mãos .

sou grande fã desde o início da carreira dos In FLames e nunca fiquei incomodado que eles tenham evolúido, para alguns venderam-se par amim evoluíram.
mas gostos são gostos e eu gosto dos novos In FLames e gosto também dos antigos é dose dupla :D


by the way , curto bués a capa

Se soubesses como me irrita essa história do "venderam-se". Uma banda decide fazer algo menos barulhento e pronto, já é "comercial"! Eu estou contigo: acho que eles evoluíram ;) Gostava dos "antigos" In Flames, mas estes "novos", da última década, têm ainda mais a ver comigo. Não dispenso uma boa melodia