Reportagem: PARADISE LOST + SOEN, Hard Club, 2012/10/04

TRAGIC IDOL TOUR 2012

4 de Outubro de 2012
Hard Club
Line-up: SOEN, PARADISE LOST
Texto & fotos: Renata Lino

Devido a alguns problemas técnicos do próprio Hard Club, o concerto atrasou cerca de meia hora. Mas o som dos SOEN estava de tal maneira potente e bem definido que justificou a espera.

Formados em 2004 por Martin Lopez e Kim Platbarzdis, o projecto seria suspenso em breve, para ser retomado apenas 6 anos mais tarde com a entrada de Joel Ekelöf e Steve DiGiorgio (que por razões que ainda não consegui apurar, não está presente nesta tour). Assinando com a Spinefarm Records, o seu tão aguardado álbum de estreia, “Cognitive”, viu a luz do dia no início deste ano e é por muitos considerado o álbum progressivo do ano.

Foram temas deste álbum que apresentaram a um Hard Club cheio e bastante receptivo à sua sonoridade – um pouco de primórdios de OPETH com muito TOOL à mistura, mas mais melódico que a banda americana. E a voz de Ekelöf, forte e algo sombria, acrescenta-lhe um outro nível de carisma.

Depois de “Fraktal” e “Fraccions”, os dois temas com que também “Cognitive” começa, Joel comentou que tinha ouvido dizer que o Benfica tinha perdido com o Barcelona. Sorriu com a quantidade de assobios que recebeu, acrescentado “mas estamos no Porto” e sendo então aplaudido. Continuaram com “Delenda” e não houve mais piadas – futebolísticas ou de outra natureza. O tempo não era muito e já bastava o atraso, pelo que Joel apenas apresentou aqui e ali as músicas seguintes, e em “Savia” disse que seria a última porque “uma banda chamada PARADISE LOST ia tocar a seguir”.

No final, depois de agradecer, Joel hesitou ao deixar o palco, parando para olhar para trás mais uma vez para o público, com um ar de pura satisfação: a ovação dos presentes não deixava margem para dúvidas quanto tinham gostado daquele excelente concerto.

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Sou fã de PARADISE LOST há muitos anos e nos últimos 15 foi a oitava vez que os vi ao vivo. Em todo este tempo aprendi que tudo depende do humor de Nick Holmes para a banda dar um bom concerto. E Nick estava extremamente de bom humor.

Enquanto a intro soava, os músicos assumiram os seus postos – primeiro Adrian Erlandsson, Nick em último – para começar verdadeiramente com “Widow”.

Nick perguntou ao público vezes sem conta “are you guys doing okay?” e de todas as vezes responderam-lhe um “YEAH!” que deve ter-se ouvido no quarteirão todo.

Nas primeiras filas, alguém segurava um cartaz que, se não estou em erro, pedia uma palheta. Pelo menos foi isso que me pareceu que o vocalista, depois de ter pegado no dito cartaz, foi buscar e entregar a quem o segurava. “São 10 Euros”, disse, provocando gargalhada geral.

No final de “In This We Dwell”, Nick bateu com o suporte do microfone no chão com a mesma força com que cantou o último verso. E “uma música com sinos” foi como apresentou de seguida “Praised Lamented Shade”.

“Pity The Sadness” e “As I Die” foram os temas mais antigos, com Nick dizendo que “não TÃO velhos assim”. De facto as músicas mais antigas da sua discografia datam de 1990 e “Shades Of God”, o álbum que inclui estes dois temas, foi lançado dois anos depois. Mas com aquilo Nick queria dizer que a banda não se sente velha: mais à frente, ao falar do álbum que estão actualmente a promover e que este era já o 13º, disse que “não parece” mas aqueles tipos ali em palco já andavam nisto há cerca de 25 anos.

“Como podem ver, o meu português não melhorou desde que começámos a tocar cá”, o que significava que Nick não fala uma única palavra, nem mesmo “obrigado”. Mas ouvimos muitos agradecimentos em inglês.

A boa disposição continuou quando disse que iam tocar o tema-título de “Tragic Idol” e a música chamava-se...? Enquanto uns repetiam “Tragic Idol”, outros riam-se com vontade. Tocaram depois “The Enemy” e saíram do palco, deixando “o novo Hard Club” a gritar por eles.

O encore começou com uma antiguinha. “Embers Fire”, seguida de uma nova, “Fear Of Impeding Hell”. Nick queixou-se do fumo na sala e se podíamos não fumar por mais 15 minutos. Que dava 10 Euros a cada um, mas acrescentado que estava a brincar. Esses restantes 15 minutos foram para “Faith Divides Us, Death Unites Us” e “Say Just Words”.

Durante hora e meia o público acompanhou as letras do princípio ao fim, por várias vezes cantando sozinho refrães e versos quando Nick voltava o micro na sua direcção. Um concerto memorável onde apenas recrimino o volume demasiado elevado da guitarra de Greg Mackintosh que abafou frequentemente os outros instrumentos e a voz. À parte disso, até a falta de “Forever Failure” (substituída por “Enchantment”) foi compensada.

www.paradiselost.co.uk

Boa report prima.
Gostei de estar contigo ;) Foi uma boa noite.
Agora, além das luzes estarem fraquinhas tadinhas, ainda me vão explicar o que era aquilo no meio do photo pit!!

Sandra Manuel wrote:

Boa report prima.
Gostei de estar contigo ;) Foi uma boa noite.
Agora, além das luzes estarem fraquinhas tadinhas, ainda me vão explicar o que era aquilo no meio do photo pit!!

Sim! Já tinha saudades ^^

Aquelas "coisas" no photo pit? Então não se via logo? As luzes escuras não eram suficientes, eles tinham de nos dificultar a vida ainda mais, óbvio :P