SWR PORTO HARD
2º dia 18 de Junho de 2012
Hard Club
Line-up: SUICIDAL ANGELS, HEATHEN, DEATH ANGEL, EXODUS
Texto & fotos: Renata LinoA segunda noite começou bastante mais cedo, embora tenha acabado praticamente à mesma hora. Quatro nomes sonantes do
thrash metal internacional fizeram as delícias de todos aqueles que, mais uma vez, encheram o Hard Club até à rolha.
Os gregos
SUICIDAL ANGELS pegaram fogo ao público desde logo, abrindo com o tema-título do seu já quarto álbum,
“Bloodbath”. Formados em 2001, só oito anos mais tarde começaram a chamar a atenção da comunidade
old school, com o lançamento do seu segundo álbum,
“Sanctify The Darkness”.
Eram várias as vozes a acompanhar
Nick Melisssourgos, embora a maioria parecesse desconhecer o trabalho da banda. No entanto, no que tocava a punhos no ar e repetidos
“hey!” a alto e bom som, isso toda a gente fazia, contagiada pela energia dos
SUICIDAL ANGELS.
“Bleeding Holocaust” e
“Chaos (The Curse Is Burning Inside)” foram momentos altos, mas o climax foi atingido nos dois temas finais –
“Moshing Crew”, para a qual
Nick pediu um mosh pit até ao fundo da sala, e o proverbial
hit-single “Apokathilosis”, onde também
Nick incitou e “arbitrou” uma
wall of death.
www.suicidalangels.comEmbora não anunciado nos cartazes, a entrada em palco dos
HEATHEN só surpreendeu alguns. E satisfez todos, ainda que me tenha dado a sensação que eram ainda menos conhecidos do público do que os
SUICIDAL ANGELS.
Mas ao contrário dos gregos, cujo estilo que interpretam “estava na moda” duas décadas antes, os
HEATHEN formaram-se na Bay Area naquela época dourada, mais propriamente em 1984. Em 1992 entraram num
hiatus que duraria nove anos, e foram precisos outros tantos para que fosse lançado um novo álbum (
“The Evolution Of Chaos”). Talvez isto explique um pouco a falta de popularidade entre o público, ainda que o seu fundador e único membro original remanescente seja
Lee Altus dos
EXODUS.
Foi por esse último álbum que começaram (
“Intro / Dying Season”) e tal como com a banda anterior, os moshers rapidamente se renderam. E havia ainda quem conhecesse temas como
“Open The Grave”,
“No Stone Unturned” e o tema final – que alguém até adivinhou –
“Death By Hanging”.
www.myspace.com/heathenmetalOs cabeças de cartaz eram os
EXODUS, mas os
DEATH ANGEL bem que o poderiam ter sido também. Uma actuação brilhante, com muitos saltos e movimento, de um tecnicismo natural –
Rob Cavestany quer tocar bom
thrash, não mostrar que é "o melhor da rua dele".
Quando cá tocaram pela primeira vez, na véspera de S. João de 2009 (Cinema Batalha),
Mark Osegueda confessou, ao fim de duas ou três músicas, que não sabiam o que esperar do público português e estavam algo receosos. O receio não durou mais que uma música e a banda determinou que o Porto era uma cidade à qual voltar. Agora, três anos depois,
Mark falou nessa noite memorável e como estavam contentes por ali estar novamente, batendo com o punho cerrado sobre o coração.
O aclamado álbum de estreia da banda,
“The Ultra-Violence”, foi lançado há 25 anos e os
DEATH ANGEL têm-no tocado na íntegra nesta
tour. Mas no Hard Club teve um gostinho especial, já que era a precisa data do 25º aniversário.(ou pelo menos foi o que
Mark disse – a internet diz que foi a 23 de Abril…). De qualquer modo, ou por sermos especiais, ou porque simplesmente tinham mais tempo, os
DEATH ANGEL voltaram ao palco para um
encore depois de
“I.P.F.S.”, o que aparentemente não tem acontecido nas outras datas. Os temas desse
encore foram
“Truce” e
“Thrown To The Wolves”.
http://site.deathangel.us/Foi a terceira vez que vi
EXODUS e sem dúvida o concerto de que mais gostei. A boa disposição de
Rob Dukes contribuiu bastante para isso, e o ambiente em geral, visto que a reacção do público foi excelente.
Ficámos a saber que a banda tinha bebido imenso a caminho do Porto, e que o baixista
Jack Gibson tinha passado o dia a vomitar.
“But here he is, playing some thrash metal for you”.
Disse também que nós tínhamos uma linda cidade e que os homens daqui tinham a oportunidade de
“fuck some of the most beautiful women” (isto depois de já ter dito a uma fã na primeira fila que
“your tits are distracting me” e, em consequência disso, que
“big tits and money, that’s all that matters”).
E além das piadas, ouvimos aquelas características músicas como
“Piranha",
“Shroud Of Urine”,
“Scar Spangled Banner”,
“A Lesson In Violence”... E ainda nos surpreenderam com
“Deranged”, em que
Kragen Lum dos
HEATHEN assumiu o lugar do seu colega de banda
Lee.
Creio que foi antes de
“Blacklist” que Rob começou a espicaçar-nos com comparações a Madrid. Que lá ao pelo menos havia sempre um
“motherfucker” que subia ao palco e mergulhava. Enquanto estive no fosso a fotografar, ou seja, logo nas primeiras três músicas, caíram bastantes
crowdsurfers ao meu lado – acho que o único motivo pelo qual não subiam ao palco era o segurança a encaminhá-los de volta para o público. Mas quando o próprio vocalista diz semelhante coisa, não há segurança que resista… Dados os comentários anteriores acerca das mulheres,
Rob certamente ficou bastante satisfeito por ver que pelo menos um dos
stagedivers era uma rapariga.
Para o
encore ficaram
“Bonded By Blood”,
“Toxic Waltz”,
“War Is My Shepherd” e
“Strike Of The Beast” – melhor escolha era difícil. A meio de
“War Is…” Tom Hunting (apresentado por
Rob como
“the best thrash metal drummer”) começou a tocar
“Rock You Like A Hurricane” dos
SCORPIONS, que o resto da banda acompanhou. Hilariante! Cerca de um minuto depois, retomaram
“War Is My Shepherd” de onde a tinham deixado. E em
“Strike Of The Beast” o Hard Club presenciou a sua maior
wall of death à data.
Resta-me dizer que, como grande admiradora de
Gary Holt, estava triste por este estar em tour com os
SLAYER, substituindo
Jeff Hanneman (que ainda não recuperou da picada que uma aranha lhe deu o ano passado). Mas tenho de admitir que
Rick Hunolt fez um trabalho excelente e encheu (ainda mais) de vida o concerto dos
EXODUS. No final,
Rob disse que tínhamos sido o melhor público. O melhor não digo, mas dos melhores, isso certamente que sim.
http://exodusattack.com/