A banda portuguesa M.A.U. (Man And Unable) prepara-se para lançar o segundo álbum de originais, agora pela Som Livre, com produção de Quico Serrano e participações dos Macacos do Chinês e Suspiria Franklyn (Les Baton Rouge).
Com data de lançamento prevista para inicio de Abril, “Tales of Wonder, Fur and Deception” segue a linha electro-pop, hip hop e indie rock que caracteriza a variedade musical da banda e mantém a abordagem irónica e sarcástica aos temas do quotidiano, sempre com o bom humor de quem não se leva demasiado a sério.
Formada em 2004, na Dinamarca, a banda de Luis F. De Sousa, Pablo Camp, Nuno Lamy, António Soares e César, lançou o primeiro álbum, homónimo, em 2006, com distribuição em Portugal pela Universal Music.
" Man and Unable " produzido por Flack e C-Morg (Micro Audio Waves) e masterizado por Tó Pinheiro, conta com 12 faixas originais onde constam os singles "I Need a Priest" It´s Lovely”, que serviu de banda sonora à campanha publicitária da TMN e "Prick (I am), cujo famoso videoclip do Coelho Azul foi considerado como um dos melhores vídeos portugeses de 2006 pela MTV Portugal, contando com mais de 700 mil visitas no Youtube.
Os temas " Plastic Love " e " No beat Can Break " mereceram também destaque pela sua inclusão na banda sonora do sucesso de bilheteira " O crime do Padre Amaro "
Entre as diversas actuações e participações dos M.A.U., destacam-se alguns concertos com bandas internacionais, em Portugal, como os Vive la Féte, Iggy Pop, Tricky, Eagle Eye Cherry, Jay Jay Johansen, Schneider TM, Rinôcérôse.
O Backstage esteve em conversa com o teclista dos M.A.U. Nuno Lamy, contou-nos um pouco sobre o percurso de todo o sucesso.
Qual a conjugação que fazem com o significado do vosso nome M.A.U.= Man And Unable (Homem e incapaz)O nome foi inicialmente inspirado no filme Deer Hunter (O Caçador), numa cena em que um vietnamita gritava a palavra MAU durante uma sessão de roleta russa. Ajudou à escolha o facto de ser um nome curto, orelhudo e de ter um significado depreciativo em português, tornando-se possível jogar/brincar com o nome.
O contraste " homem e incapaz " acabou por ser uma interpretação nossa, até porque, regra geral, a temática adoptada nas letras segue uma linha de contrastes, metáforas, sátiras...
A banda foi fundada na Dinamarca, depois de se conhecerem numa escola de cinema.
Actualmente de que forma estão ligados ao cinema e quais os vosso projectos nessa área?É importante referir que, da formação original da banda, apenas se encontram como membros residentes duas pessoas (Luís F. de Sousa e Pablo Camp).
O Luís é realizador de televisão e ambos trabalham em projectos ligados aos audiovisuais.
Os MAU produzem os seus próprios videos, pelo que acabamos por materializar esses conhecimentos adquiridos na Dinamarca.
Como surgiu a Universal no vosso 1º registo «Man and Unable».O interesse e abertura da Universal para um trabalho conjunto pareceu-nos uma boa oportunidade para saírmos da garagem.
Editar por uma major acaba por ser, de alguma forma, o reconhecimento do nosso trabalho.
Após o convite da TMN para a inclusão do vosso som nas campanhas, qual julgam ter sido a vossa projecção? Foi sem dúvida vantajoso ter um tema nosso a passar na televisão em prime-time, apesar de não sabermos ao certo quantas pessoas realmente procuraram saber quem eram os autores/intérpretes do tema do anúncio " s Lovely " Isso foi notado, especialmente, nos primeiros concertos quando nos apercebemos da reacção do público.
Relativamente a concerto além fronteiras, quais são os vossos planos para eventos no estrangeiro?Estamos prestes a lançar o novo álbum e a começar a definir o nosso percurso pelo país e fora dele, mas ainda não temos nada a anunciar nesse sentido.
Não escondemos que faz parte dos nossos objectivos a curto/medio prazo, no entanto, preferimos fazer as coisas com calma e seguir um processo gradual.
Como consideram a actual cena musical no nosso País?Portugal é um país bastante rico e eclético no que diz respeito a música e disso poucos têm dúvidas.
Sem querer justificar o estado actual do mercado discografico, alguns artistas trabalham em condições complicadas, outros não se dedicam assim tanto e continua a existir um grupo muito restrito de consagrados que realmente vende discos e tem um lugar cativo nos tops e nos catálogos.
Mesmo tendo tudo isto em conta, continuam a surgir novos valores capazes de criar competição, criando assim também mais argumentos para constituirem uma boa aposta para as editoras.
Qual é a perspectiva de futuro na carreira dos M.A.U. ? Sendo que hoje em dia é cada vez mais difícil fazer carreira, a nossa perspectiva é ir crescendo a bom ritmo e continuar a trabalhar para que o resultado seja cada vez melhor. É difícil estar a fazer projecções pelo que é preferível pensar a curto/médio prazo, pelo menos para já.
De que forma surgiu a vossa participação para a banda sonora do filme «O Crime do Padre Amaro» com os temas «No Beat can Break» e «Plastic Love»?Na altura tivemos conhecimento que eram necessários temas para o filme e entregámos uma cópia do album (assim como diversas outras bandas portuguesas com mais ou menos nome no mercado).
Escolheram dois temas nossos, o que foi muito positivo apesar de não ter sido assim tão preponderante em termos de projecção mediática.
Quais são os vossos conselhos para os novos projectos musicais em Portugal?Esgotem as possibilidades.
Qual é a vossa opinião acerca do download ilegal vs mercado discográfico?
O download ilegal, para alguns, acaba por ser uma forma de protesto contra os preços que são praticados no mercado.
Não sendo pioneiros, os Radiohead deram o exemplo de como distribuir a música de forma mais equalitária e atingiram o primeiro lugar dos tops da mesma forma.
Existem novas possibilidades tendo o avanço tecnológico dos meios de distribuição.
Numa palavra como se descreve toda a carreira dos MAU?Irreverência.
Uma ultima mensagem para os leitores do Backstage. Estejam atentos, haverão novidades em breve!