Sábado, 15 de Outubro de 2011.
Era apenas uma noite normal, pelo menos até chegar ao Hard Club para assistir ao concerto de DGM + Pagan's Mind + Symphony X.
Ao contrário do que é habitual, o concerto no HC começou a tempo e horas o que implicou que acabasse por perder quase todo o concerto de DGM. Foi com muita pena até porque tinha bastante curiosidade em ouvir esta banda, mas acabei por assistir apenas a duas músicas.
Com o Hard Club já relativamente bem composto preparei-me então para assistir ao concerto de Pagan's Mind. Apesar de confesso apreciador do mundo progressivo (seja na vertente do metal ou na do rock), esta banda Norueguesa nunca esteve no topo da minha lista de preferências daí que não conhecesse muito do seu catálogo.
Apesar da expectativa ser alta (afinal de contas, para além dos executantes deste tipo de música primam pela proficiência técnica, eram a banda que antecediam os enormes Symphony X) a banda portou-se à altura. O virtuosismo dos seus instrumentistas esteve sempre presente, com particular incidência no guitarrista Jørn Viggo Lofstad, e muito bem acompanhado pelo vocalista Nils K. Rue.
Apesar de, na sua maioria, a plateia ali presente estar com o pensamento presente em Symphony X, a banda Norueguesa foi sempre capaz de manter o público interessado, conseguindo assim criar o ambiente esperado para o que se seguiria …
… que era nada mais nada menos do que a entrada em palco de um dos monstros sagrados do metal progressivo mundial - os americanos Symphony X - que vieram apresentar o seu mais recente trabalho, Iconoclast.
Ausentes do território Português desde que abriram, precisamente no (antigo) Hard Club para Stratovarius, há mais ou menos 10 anos, percebeu-se que, a partir dos primeiros acordes, estava dado o mote para um concerto cheio de intensidade e de brilhantismo.
Para aqueles que não conheciam a banda, ficou bem demonstrado o porquê de serem uma das grandes bandeiras do movimento progressivo. Executantes soberbos e um dos melhores vocalistas do mundo da actualidade, na minha opinião, puseram a plateia ao rubro sem dó nem piedade durante todo o concerto.
A setlist abriu com a faixa que dá título ao último álbum (Iconoclast), pondo desde logo o público em sintonia com a banda, à qual se seguiram mais músicas do mesmo. Aliás, as 8 primeiras músicas foram todas do último trabalho da banda, com destaque para a fantástica Bastards of the Machine e para algumas músicas mais "orelhudas" como Dehumanized e Electric Messiah.
Depois, começaram a surgir temas de outros tempos da banda, com Inferno (Unleash the Fire) à cabeça. Se ainda havia dúvidas sobre a qualidade de Michael Romeo como guitarrista, ficaram certamente dissipadas com o fantástico riff inicial desta música.
Romeo é, aliás, um dos grandes destaques da banda. Principal compositor e dono de umas mãos mágicas, debita riff atrás de riff e apresenta solos absolutamente avassalaldores e onde mistura as mais variadas (e complexas) técnicas. Acompanhado de perto pelo baixinho, mas fantástico, Jason Rullo na bateria, está formada uma excelente base (sem desprimor para os trabalhos de Michael Pinnella - o outro membro que, para além de Romeo, está na banda desde o início - nas teclas e de Michael Lepond no baixo) para que Russel Allen possa brilhar.
Dono de uma das mais fantásticas vozes do metal (e, para mim, um dos melhores vocalistas da actualidade), Allen canta com uma intensidade e entrega absolutamente cativantes. A sua presença em palco nota-se sobretudo pela forma como sente e interpreta a música e pela forma como agarra o público com a sua entrega.
Depois de 13 músicas (10 + encore de 3), chegava ao fim um dos grandes concertos dos últimos anos e apresentava-se mais uma prova da qualidade desta banda que consegue juntar a qualidade técnica ao sentido melódico e a produções épicas, muitas vezes com recurso a arranjos sinfónicos extraordinários.
Esperamos ansiosamente que regressem e que não demorem, nem de perto nem de longe, tanto como até agora para voltarem.
Não posso, no entanto, acabar esta review sem mencionar um aspecto negativo. Infelizmente penso que o som estava mais alto do que devia o que marcou negativamente este concerto. A guitarra de Michael Romeo e as teclas de Michael Pinnella perderam-se muitas vezes entre si e a voz de Russel Allen esteve imperceptível em certas ocasiões.
Em relação ao trabalho fotográfico, confesso que não fiquei muito contente com o resultado final. Tive um problema numa das lentes (a mais importante por sinal, visto que era a mid-zoom e o espaço no fosso não dava para afastar muito do palco) e por isso não saiu tão bem como gostaria. Mesmo assim espero que gostem.
Fotos de Pagan's Mind:
Fotos de Symphony X: