WEB: "Deviance" release party
19 de Março de 2011
Metalpoint
Line-up: A DARK PLACE, AGÓNICA, WEB
Texto: Renata Lino
Fotos: Sandra ManuelNo ano em que os
WEB completam 25 anos, o seu segundo álbum
“Deviance” vê finalmente a luz do dia. Para acolher o concerto de lançamento, escolheram o Metalpoint, como já se adivinhava. A surpresa foi talvez as bandas convidadas –
A DARK PLACE (de Matosinhos, não os australianos) e os espanhóis
AGÓNICA. Por outro lado, trata-se de um álbum novo, uma espécie de nova etapa na vida dos
WEB, e talvez tenham querido tocar com bandas diferentes além das “do costume”.
Passava das 22:30 quando
“Deviance” parou de rodar como “música ambiente” para dar lugar à música ao vivo dos
A DARK PLACE. Embora tenham tocado na última edição do Gaia Em Peso, não tive oportunidade de vê-los, pelo que esta foi a primeira vez. E foi também a primeira vez do próprio baterista (Marco?), que completava a
line-up definitiva da banda. Não sei como fizeram nos outros concertos – se tiveram baterista convidado ou tocaram com gravações. Ou até se o vocalista Ricardo assumiu em simultâneo esse papel, visto que a primeira vez que o vi num palco, há uns largos anos, foi atrás da bateria dos
BLASPHEMY. De qualquer modo, o
thrash/death que apresentaram era bastante coeso e não soava a uma banda recentemente estruturada. Têm todos uma imensa expressividade em palco o que, na minha opinião, ganha sempre muitos pontos na classificação de uma banda. No último tema, Ricardo até incitou ao
mosh começando ele próprio uma roda.
www.myspace.com/adarkplacebandVi os
AGÓNICA em 2007, na Sala Anoeta (Vigo), precisamente com
WEB. Mas confesso que pouco me lembrava da actuação, pelo que foi como que vê-los pela primeira vez. Além de que li no MySpace que em 2010 decidiram “mudar a sua atitude”, pelo que certamente o som também mudou. O que vi este sábado foi uma banda com influências de vários tipos de metal, não apenas o tradicional
thrash e
death – daí a razão de se auto intitularem
“alternative death metal” – a tocar com destreza e força. O EP
“Portraits Of Suffering” foi gravado cá em Portugal, nos Ultrasound Studios (Braga) e está correntemente a tentar chamar a atenção de alguma editora.
www.myspace.com/agonicaNão vi que horas eram quando a “banda da noite” subiu ao palco, mas deveria ser perto da meia-noite. Antes de entrarem na apresentação de
“Deviance” propriamente dita, o concerto começou com
“Planet Of Confusion” e
“Last War” – a primeira porque é o tema gravado há mais tempo, e a segunda porque foi a eleita do público, depois de uma votação
online organizada pela banda. Miguel dos
EQUALEFT, como já vem sendo de praxe, deu voz a
“Last War”.Só então é que tocaram o novo álbum na íntegra – algumas músicas novas, outras cuja novidade era apenas o facto de estarem disponíveis em cd, pois já tinham sido tocadas ao vivo inúmeras vezes.
Afonso dos
GATES OF HELL ajudou Pedro a marcar o ritmo num bombo e tocar aquilo que chamo “parte arábica” de
“Life Aggression” – uma das minhas favoritas.
Seguiu-se a já conhecida
“Mortal Soul” e foi a vez de Zé, também dos
GATES, dar uma ajudinha nas vozes.
Antes de
“As We Crawl”, Nando aproveitou para dedicá-la a algumas pessoas – Paulo Lopes (produtor do cd), Sandra e Renata (sim, as autoras desta reportagem) pelas fotos, Jorge Martins pela parte gráfica tanto do álbum como do site, Hugo e Marta do Metalpoint,
PITCH BLACK(
“in union we stand”), rádios, zines… e às famílias, pelo incondicional apoio. E ao falar no apoio, também teve de dedicá-la a todos os presentes.
Os berros eram altos, os braços sempre no ar, o
mosh constante… só em
“The Journey”, tema mais parado (e mais longo) é que o movimento abrandou, mas sempre iminente. E a prova foi que mal começou uma malha mais rápida, a roda voltou ao activo no mesmo instante. Nem o ruído do amplificador de Victor estragou o ambiente.
Este era o último tema de
“Deviance”, mas os
WEB tinham mais um no seu alinhamento. Nando perguntou se alguém sabia o título e que daria um chocolate a quem adivinhasse. Mas deviam estar todos de dieta e não quiseram responder – porque não acredito que ao fim de tantos concertos, não houvesse ninguém que não soubesse que era
“If Only There Was Light”. Mesmo nos instantes finais a guitarra de Filipe deixou de se ouvir – aparentemente, alguém entornou cerveja na pedaleira e deu algum tipo de choque – pelo que ele simplesmente pousou a guitarra e aproximou-se do micro de Nando, cantando com ele o resto da música. Esta foi novamente dedicada ao público/fãs e a Tiago, filho do antigo vocalista David Duarte (R.I.P.), que também lá estava essa noite e completa 16 anos esta semana.
www.webthrashmetal.com