SWR PORTO HARD
2º dia 5 de Outubro de 2011
Hard Club
Line-up: SIX REASONS TO KILL, NOCTEM, KEEP OF KALESSIN, MELECHESH, SAMAEL
Texto & fotos: Renata LinoO segundo dia do
SWR Porto Hard trouxe-nos uma maior variedade de sons (e origens): o
metalcore dos alemães
SIX REASONS TO KILL, três subgéneros de
black metal pela mão dos espanhóis
NOCTEM (
black/thrash), dos noruegueses
KEEP OF KALESSIN (
black melódico) e dos israelitas
MELECHESH (
black/death com
folk do Médio Oriente), e, por fim, o metal industrial dos suíços
SAMAEL.
Creio que os
SIX REASONS TO KILL não eram muito conhecidos até àquele momento – à excepção de um fã, que esbracejou o tempo todo e a quem
Lars Tekolf estendeu o microfone várias vezes para o rapaz cantar as letras – mas em breve todo o público saltava, gritava e abanava a cabeça. Apresentando o seu mais recente trabalho,
“Architects Of Perfection” (cujo
artwork decorava os dois lados do palco: uma mulher a fazer uma pose que seria
sexy se não fosse o facto de ela ser um zombie),
“My Bitterness” e
“Awaken” foram alguns dos temas que se puderam ouvir. Entre os mais antigos,
“Bleeding Stereo”,
“The Observer” e
“Retribution”, se não estou em erro.
Muito bom concerto, cheio de vigor e boa disposição –
Tekolf e o guitarrista
Marco Andree (também dono da Bastardize Recordings) estavam constantemente a sorrir.
www.sixreasonstokill.deFoi bastante complicado para mim apreciar o concerto de
NOCTEM devido ao exagero de
strobes. Olhar para o palco com todas aquelas explosões de luz sucessivas deixavam-me tonta. Mas felizmente nem todos têm os olhos tão sensíveis como eu e a maior parte dos presentes pareceu divertir-se imenso com a velocidade das guitarras, o peso da bateria e a força da voz. Além de que estes nossos “vizinhos” são já conhecidos do público português e têm uma considerável base de fãs por cá.
“Oblivion”, o segundo álbum, é também a segunda parte de uma trilogia que
“Divinity” começou em 2009. Usando as palavras da banda, é “mais duro, rápido e obscuro”, e sendo mais recente, foi no que se focaram mais neste concerto.
Desta vez não houve coelhos esfolados, mas
Beleth não deixou de beber o seu copo de “sangue”. Seja lá o que for que eles usam para o efeito, é bastante viscoso – tive o azar de apanhar com um bocado quando o vocalista o cuspiu.
www.noctemofficial.comDois anos depois, os
KEEP OF KALESSIN regressam ao Porto, com um novo álbum,
“Reptilian”. Ainda assim, foi com o tema-título do anterior,
“Kolossus”, que iniciaram o concerto.
A participação do público foi mais intensa, acompanhando tanto
Thebon na voz principal como
Obsidian C. e
Wizziac nos coros. As partes melódicas davam ainda mais ênfase às partes extremas, e até
“Dark As Moonless Night”, a música mais “parada”, teve um impacto brutal em toda a sala.
“Ascendant” encerrou um concerto muito bom, mas curto. Espero que da próxima vez que cá venham o façam como cabeças de cartaz.
www.keepofkalessin.noFoi a primeira vez que vi
MELECHESH ao vivo (não pude estar presente na edição de 2007 do Caos Emergente) e gostei bastante do que vi. Eu e o público em geral, que abanou a cabeça incansavelmente nos sons mais pesados, e dançou durante as melodias arábicas – embora residindo na Holanda desde 1998, a banda não esquece nunca as suas etnias assírio-arménias, auto-intitulando-se inclusivamente de
“Mesopotamian metal”. Para avivar essa lembrança, o guitarrista
Moloch entrou em palco com um lenço preto a envolver-lhe a cabeça, deixando apenas os olhos descobertos, como é costume usar-se nos desertos do Médio Oriente (eventualmente tirou-o, pois imagino que deveria ser bastante quente). E dois fãs na primeira fila seguravam uma bandeira com as cores da Arménia.
Os temas tocados variaram entre os álbuns
“Emissaries” (2006) e
“The Epigenesis” (2010), retrocedendo uma vez até
"Sphynx" (2003), com
“Triangular Tattvic Face”. Despediram-se com
“Rebirth Of The Nemesis”.
www.melechesh.comTambém os
SAMAEL deixaram passar quatro anos para regressar a Portugal, depois daqueles dois excelentes concertos em Corroios e Ribeira de Frades, na
tour de promoção de
“Solar Soul”. Agora com
“Lux Mundi”, o público estava mais que ansioso por recebê-los novamente.
Ao espectáculo sonoro juntou-se o visual, com um vivo jogo de luzes e um
videowall no fundo. E os habituais saltos do baixista
Mas – o
“professional heavy metal cheerleader”.
“Luxferre” é o primeiro vídeo do novo álbum, e também a primeira música da
setlist. E do novo para o “velho”, sem interrupção, viajaram 15 anos no tempo e tocaram
“Rain”. Brilhante!
Antes de
“Of War”,
Vorph dirigiu-se ao público em português:
“boa tarde! Como estão?”, o que obviamente originou uma resposta estrondosa.
Durante quase hora e meia, os
SAMAEL percorreram praticamente toda a sua discografia
(“Blood Ritual” e
“Above” foram os álbuns excluídos), numa
performance que não desapontou ninguém.
Depois de
“Infra Galaxia” deixaram-nos por alguns minutos, regressando para um
encore de três músicas, também de três épocas diferentes da sua carreira:
“Ceremony Of Opposites”,
“Antigod” e
“My Saviour”. Nesta última,
Vorph pediu-nos que gritássemos depois dele
“I... Am... My... Saviour”, dizendo-nos no final
“yes, you are”.
www.samael.info