APOTHEUS + THE RANSACK + DAMAGE MY GOD
19 de Fevereiro de 2011
Hard Club (Sala 2)
Line-up: DAMAGE MY GOD, APOTHEUS, THE RANSACK
Texto & fotos: Renata LinoSoube que os
THE RANSACK iam tocar na Sala 2 do Hard Club apenas 2 ou 3 dias antes do evento. Como era um motivo suficientemente válido para eu ir, não me preocupei muito em saber o resto do cartaz. Quis, sim, saber a hora prevista e foi então que vi o nome dos
DAMAGE MY GOD e dos
APOTHEUS. Nunca tinha ouvido falar destes últimos e fiquei bastante admirada por vê-los listados como cabeças de cartaz, dada a carreira e discografia dos
THE RANSACK.
Acontece que a banda pacense estava a apresentar o seu primeiro EP,
“A Quest To Remain”, e os
DAMAGE MY GOD e os
THE RANSACK eram seus convidados. Mas no final a “antiguidade” falou mais alto e foram os
THE RANSACK que fecharam.
Mas comecemos pelo princípio. A hora marcada era 22:00 mas poucos minutos antes ainda só via fãs atrasados dos
SUM 41 (que tocavam na sala ao lado). Por troca de sms soube que o concerto só iria começar uma hora depois, e entretanto “colei-me” a alguns elementos dos
DAMAGE MY GOD que também já tinham chegado. O vocalista estaria ainda a trabalhar e daí a mudança de horário. Nota mental: enviar sms ANTES de sair de casa.
Entrei na Sala 2 e pus a máquina a postos ao som de
Quim Barreiros, ou algo semelhante. Pensei que se tratasse de alguma brincadeira do DJ mas afinal a brincadeira era mesmo dos
DAMAGE MY GOD, que usavam música pimba como
intro.
A história desta banda não é longa, mas o historial dos seus membros no
underground nacional é. E a brutalidade do
thrash/death que descarregaram naquele palco foi prova dessa experiência, tanto a nível de atitude como de interpretação.
www.myspace.com/dmgptEu sei que os
APOTHEUS são novos, mas uma vez que tiveram maturidade suficiente para entrar num estúdio e gravar um EP, estava à espera de um pouco mais de coordenação. Cada músico “puxava para o seu lado” e as melodias saíam algo desfasadas. O vocalista Miguel também toca guitarra ritmo, mas é mais o tempo em que esta é apenas um adorno do que realmente um instrumento activo. De qualquer modo, a guitarra principal de Tiago estava muito alta e iria sempre abafar a outra.
Os temas são maioritariamente cantados em gutural, mas têm algumas partes limpas. Mas o tom limpo de Miguel é monocórdico, quase desapaixonado, pelo que seria preferível manter-se na agressividade dos seus guturais.
Anunciaram uma
cover, sem no entanto dizer de quem. Pareceu-me reconhecer alguns trechos de música clássica pelo que fiquei na dúvida se era uma adaptação, não
cover, do tema, ou se existe alguma banda que use aqueles acordes numa música de sua autoria. Ainda mais baralhada fiquei quando Miguel falou qualquer coisa de um Rei Henrique no final.
Havia muitos amigos da banda no público que foram imparáveis o concerto todo. Mas teria sido muito mais positivo se os desconhecidos dos
APOTHEUS se tivessem divertido tanto ou quase como eles. As poses estão mais do que ensaiadas. A música, que nem é má, é que precisa de mais trabalho.
www.myspace.com/apotheusportugalNão sei se os fãs dos
APOTHEUS foram embora ou se apenas ficaram na retaguarda durante o concerto de
THE RANSACK. Sei que, apesar da prestação em palco ser a do costume, fora dele o movimento não foi grande coisa. E não muito mais do que meia dúzia de pessoas aderiram à
wall of death. Ainda assim, quando Shore perguntou se estávamos vivos, à segunda lá se ouviu um coro de berros a preceito.
Continuando a apresentar
“Bloodline”, fizeram uma surpresa às meninas dedicando-lhe
“play me when I’m dead”, música do álbum anterior e que já não tocavam há algum tempo. Sem a voz de Bete dos
NECRIS DUST soou diferente, mas muito bom na mesma.
www.myspace.com/theransackband